Ficar de Mal com o Filho Adolescente Não Funciona – Não se Engane! | SÓ PREJUDICA

Introdução

Na jornada desafiadora da parentalidade, é comum que pais e mães enfrentem momentos de frustração e decepção com o comportamento dos filhos, especialmente durante a adolescência. Essa fase é repleta de mudanças e desafios, tanto para os adolescentes quanto para os pais. No entanto, adotar a postura de ficar de mal, ignorar ou se afastar do adolescente como forma de punição ou demonstração de descontentamento pode ser uma estratégia contraproducente.

Este artigo explora as razões pelas quais essa abordagem não só é ineficaz, mas também prejudicial para o desenvolvimento emocional do jovem e para o relacionamento entre pais e filhos. Além disso, apresentaremos alternativas construtivas para lidar com conflitos, fortalecer o vínculo familiar e guiar os adolescentes de forma mais positiva e eficaz.

Entendendo o Comportamento Adolescente

A adolescência é um período de intensas mudanças físicas, emocionais, sociais e espirituais (novas crenças). Os jovens estão em busca de sua própria identidade, testando limites e explorando novas formas de expressão. Nesse contexto, é natural que ocorram conflitos e desentendimentos. No entanto, é essencial que os pais mantenham uma comunicação aberta e construtiva, ao invés de se fecharem em uma atitude de mágoa ou ressentimento. Ficar de mal com o filho adolescente não só falha em resolver o problema, como também pode agravar a situação, criando uma distância emocional que dificulta o diálogo e o entendimento mútuo, principalmente quando o filho fica enfurnado em sua caverna (o quarto) e só sai da lá para comer ou ir à escola.

 Quando os pais estão “de mal”, ou seja, ignorando (“deixa ele lá sozinho naquele quarto), ou não responde as mensagens  do whatsapp, por exemplo, ou quando o filho fala, mas não recebe a atenção necessária, ou ainda,  quando o filho deseja o compromisso com a galera e os pais não dão importância, entre outras atitudes negativas, o filho se sentirá excluído e vai pensar que suas coisas, realmente, não tem relevância para seus pais; isso será um reforço para que em outras situações tenha decisões e ações sem consultar os pais, e agindo, somente por conta própria vai se afastar cada vez mais e problemas inesperados poderão surgir.

O adolescente precisa ser supervisionado com a autoridade amorosa de seus pais, mesmo quando errou (“pisou na bola”) com seus pais. Entenda que erros são comuns nessa fase de experimentações de novos comportamentos que na infância não existiam. Ter a consciência de que se trata de uma nova fase recheada de transformações, inclusive na autonomia e liberdade, pois o adolescente que já não é mais criança passou a ter pensamentos e percepções que na infância não existiam, ou seja, os valores, o que é mais importante nas relações também está sendo modificado e quando um pai ou uma mãe fica ignorando, silenciando e se ausentando abre o precedente de que pode estar vivenciando uma imaturidade tanto quanto o filho que ainda está estruturando caráter e personalidade.

Essa é uma atitude errada e equivocada que iguala a mãe ou o pai numa condição “como se na casa só tivesse adolescentes”  que ficam desprovidos dos adulto dessa relação para reger e lapidar caráter, valores e princípios.

A Importância da Posição Firme e Assertiva

Uma postura firme e assertiva por parte de uma mãe ou um pai é fundamental para a condução adequada da educação dos filhos. Isso não significa ser autoritário ou inflexível, mas sim estabelecer limites claros e coerentes que promovam segurança e desenvolvimento saudável. Esses limites são claros quando informados e esclarecidos ao filho, principalmente sobre consequências que existem para o adolescente quando os mesmos tais limites não forem seguidos.

Quando os pais ficam de mal com o filho, eles abdicam, temporariamente, de seu papel orientador. Isso pode fazer com que o adolescente perca a referência de comportamento e valores que os pais representam. Em vez disso, é importante que os pais dialoguem, expressem seu descontentamento com comportamentos inadequados de maneira respeitosa e mantenham-se presentes e atuantes na vida do filho. Não é na ausência de uma mãe ou pai que o filho adolescente irá aprender e se endireitar.

Mas, sim, no cumprimento da missão materna ou paterna em ser a autoridade amorosa que rege, lapida, ajusta e firma os valores e princípios a serem seguidos como norte educativa na vida de um filho. A ausência poderá provocar a procura de um substituto, pois o que mais é vivenciado por um adolescente em sua fase de transformações são as dúvidas e angústias de pertencimento. A necessidade de pertencimento requer alguém que dê a direção certa para que o adolescente não se perca em sua jornada de novas vivências para o amadurecimento.

Por exemplo, se o adolescente “pisou na bola” – desrespeitou uma regra ou teve um comportamento inapropriado – os pais devem mostrar desaprovação de forma clara, mas sem desqualificá-lo como pessoa. É crucial que a correção do comportamento venha acompanhada de apoio e orientação, para que o jovem entenda o que precisa ser melhorado e como pode fazê-lo.

Consequências Negativas de Ficar de Mal

Ficar de mal com o filho adolescente pode ter consequências sérias e duradouras. Essa atitude prejudica a relação entre pais e filhos, afetando a confiança e a comunicação. Quando os adolescentes se sentem rejeitados ou ignorados, eles podem buscar aceitação e validação em outros lugares, o que os torna vulneráveis a influências negativas, como amizades tóxicas ou comportamentos de risco.

Além disso, essa postura pode impactar negativamente a autoestima e o bem-estar emocional do jovem. Ele pode internalizar a ideia de que é “difícil de amar” ou que seus erros são imperdoáveis, o que pode levar a sentimentos de inadequação ou até mesmo à ansiedade e depressão.

Outro efeito colateral dessa estratégia é o exemplo negativo que ela oferece. Quando os pais se afastam ou ignoram os filhos como forma de lidar com conflitos, eles estão ensinando – ainda que de forma não intencional – que a falta de comunicação é uma solução aceitável para problemas interpessoais. Isso pode afetar não apenas o relacionamento familiar, mas também as futuras relações do adolescente com amigos, parceiros e colegas de trabalho.

  • Alternativas Construtivas ao Conflito

Em vez de ficar de mal, os pais devem buscar estratégias construtivas para lidar com os desafios da adolescência. Essas alternativas incluem:

  • Estabelecer um Diálogo Aberto

Promova um ambiente onde sentimentos e perspectivas possam ser compartilhados sem medo de julgamentos. Pergunte ao adolescente como ele está se sentindo e ouça suas respostas com atenção genuína. Isso ajuda a criar um espaço de confiança e encoraja o jovem a se abrir.

  • Demonstrar Amor e Preocupação

Mesmo ao desaprovar comportamentos, os pais devem garantir que o adolescente saiba que é amado e valorizado. Frases como “Eu não gostei do que você fez, mas estou aqui para te ajudar a resolver isso” mostram que a relação é mais importante do que o erro cometido.

  • Usar a Disciplina como Ferramenta de Ensino

A disciplina deve ser aplicada com o objetivo de ensinar, não de punir. Explique as razões por trás das regras e as consequências naturais de suas ações. Isso ajuda o adolescente a desenvolver responsabilidade e habilidades de tomada de decisão.

  • Manter a Calma e a Resiliência

Modelar comportamentos saudáveis é uma das formas mais eficazes de ensinar. Quando os pais lidam com suas próprias emoções de forma equilibrada, mostram aos filhos como enfrentar conflitos de maneira produtiva.

  • Reconhecer as Conquistas

Equilibre as correções com reconhecimentos. Celebre as pequenas e grandes conquistas do adolescente, reforçando os comportamentos positivos.

Fortalecendo o Vínculo com o Filho Adolescente

Fortalecer o vínculo com o filho adolescente exige tempo, dedicação e esforço contínuo. Os pais devem se posicionar como figuras de autoridade amorosas, que combinam firmeza e carinho em suas interações.

Para isso, é importante:

  • Estar disponível: Mostre interesse genuíno pela vida do adolescente, perguntando sobre seu dia, seus amigos e suas atividades.
  • Respeitar a individualidade: Dê espaço para que ele explore sua identidade e faça escolhas dentro de limites seguros.
  • Criar momentos de conexão: Planeje atividades em família que sejam significativas para todos, como jantares, passeios ou até mesmo jogos em casa.
  • Praticar a escuta ativa: Ouça o que o adolescente tem a dizer sem interromper ou julgar, mostrando que sua opinião é valorizada.

Essas práticas ajudam a construir um relacionamento baseado em confiança e respeito mútuo, reduzindo os conflitos e promovendo uma convivência mais harmoniosa.

Ensinando a Lidar com Conflitos

Outro aspecto importante é ensinar o adolescente a lidar com conflitos de maneira saudável. Explique que desentendimentos são normais em qualquer relacionamento, mas que é necessário resolvê-los de forma respeitosa e construtiva.

O que fazer?

  • Identificar emoções: Ajude o jovem a reconhecer o que está sentindo e a expressar essas emoções de forma adequada.
  • Buscar soluções conjuntas: Incentive o adolescente a participar da resolução de conflitos, propondo alternativas que sejam justas para todos.
  • Refletir sobre as lições aprendidas: Após resolver um conflito, converse sobre o que cada um aprendeu e como podem evitar situações semelhantes no futuro.

Conclusão: Ficar de Mal Não é a Solução

Em resumo, ficar de mal com o filho adolescente não funciona e só prejudica a dinâmica familiar. Essa atitude pode gerar distanciamento, mal-entendidos e sentimentos de rejeição. Os pais devem buscar alternativas construtivas, como estabelecer um diálogo aberto, demonstrar amor e aplicar a disciplina de forma educativa.

A adolescência é um período desafiador, mas também uma oportunidade de crescimento para pais e filhos. Ao adotar uma postura firme e amorosa, os pais podem guiar seus filhos através dessa fase, fortalecendo o vínculo familiar e promovendo um desenvolvimento saudável e equilibrado.

Lembre-se:

o relacionamento entre pais e filhos é construído com base na presença, na empatia e no respeito. Cada gesto conta para criar uma conexão duradoura que acompanhará o adolescente por toda a vida.

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